terça-feira, 19 de novembro de 2019

norte...

...meti com toda a paixão meu frágil coração em tuas mãos.
Levas contigo um pedaço da minha essência. Arrancaste-me a alma, rasgaste-me por dentro e construiste-me um mar de lágrimas que agora são tuas.
Mais do que a dor de não ter é a dor de não saber. Aquela luz de esperança aquele raio de sol no meio de uma tempestade de repente desapareceu para dar lugar à mais escura das trevas.
Que vazio que aperto no peito como se já não tivesse parte de mim. Só me apetece fechar os olhos e desaparecer para todo o sempre. E o pior de tudo é saber que voltaria a fazer tudo outra vez nem que fosse só por breves instantes sentir a luz do teu sorriso e o calor do teu olhar. Não sei ser de outra forma que não seja em total conformidade com o destino que o coração me propõe. Não conheço outra forma de ser feliz. E é, também, só por sí, uma forma trágica de infelicidade. Não há maior dor no mundo do que um amor não correspondido.
E agora, desfeito em pedaços, não sei o que vai ser de mim. Uma angustia avassaladora toma conta dos meus sentimentos. Como se o universo tivesse desistido de mim e eu não tivesse mais forças para lutar por já não restar a esperança que ainda me mantinha vivo.
Já sofri já me ergui e já voltei a cair. E desta sinto que foi de vez.
Sim sei que tens boas intenções que fizeste o teu melhor que não pediste nada disto e que não tens culpa. Não te culpo. Não me culpo. Culpo o universo. E não é neste que eu quero viver. Podias no entanto ter-nos dado uma oportunidade para nos olharmos nos olhos e saber o que talvez nunca iremos descobrir e é essa a dor que irei carregar até que isso aconteça ou até ao final dos meus dias. O que vier mais depressa.
Alegra-me no entanto o pensamento de que se calhar o universo tem planos para ti que farão de ti muito mais feliz do que se nos tivéssemos unido.
Sinto-me perdido. Sem Norte, sem fim, sem principio. Adorava despedir-me mas se calhar nem irei ter tal privilégio e por isso com todo o amor e carinho te deixo aqui estas mais sinceras e profundas palavras que consegui a muito custo uma a uma juntar.

sexta-feira, 18 de outubro de 2019

ter...

Queres ter?
Numa sociedade tão materialista e onde as pessoas medem o seu valor pelo que têm as pessoas mais pobres são aquelas que nas suas vidas apenas uma coisa têm e por vezes essa coisa é apenas dinheiro.
As pessoas devem-se medir por aquilo que são e por aquilo que fazem.
E também há tanta gente com tanta coisa e tanta gente sem nada. Porquê?

Mas se queres mesmo ter. Começa com dar. Começa com contribuir.
Começa por ser grato por aquilo que tens. Começa por agradecer ao mundo a tua existência. Começa por agradecer o que és o que foste e a possibilidade de poderes querer e até se assim o desejares de poderes mudar.
Agradece ao mundo agradece ao universo agradece á natureza. Agradece o ar que respiras neste momento agradece saberes ler estas palavras.
Dá algo ao mundo. Dá algo a ti. Dá algo aos outros. Dá sem esperares nada em troca. Dá porque dar faz bem. Dar só porque sim porque sabes que a vida não faz sentido se não tiveres algo para contribuir algo para partilhar. Dá todos os dias a toda a hora ou apenas em alguns momentos. Dá o que tens dá o que não tens dá pouco dá muito dá o que quiseres mas: dá.
Não somos aquilo que temos mas sim aquilo que damos aos outros e a este mundo. E quando damos, o universo retribui. É uma lei universal. Quando te predispões a dar e dás, vais receber. Pode não ser o que queres ou na medida que queres mas vais sempre receber. É como uma garantia infalível um contracto inquebrável uma lei da natureza.

E lamento mas isso só não chega.
Tens de ser antes de poderes fazer e fazer antes de ter. E a ordem é o mais importante e fundamental e sem a qual nada funciona. Não podemos ter o pretensiosismo de querer mudar as leis da natureza. Elas nunca mudam e é das poucas coisas no universo que são sempre iguais. Quem pode mudar somos nós e podemos sempre que quisermos deixar de ser igual aquilo que éramos.
A maioria as pessoas esquece-se que para ter seja o que for é preciso fazer. A felicidade os bens materiais e imateriais não caiem do céu. Podes rezar desejar querer imensamente tudo o que quiseres que nunca irás ter se nada fizeres. E se queres mesmo mesmo então tens de estar disposto a fazer aquilo que te leva a teres. Se não estiveres disposto a isso então é porque não queres mesmo. E é por fazer que é preciso ser porque sem ser nada fazes porque no momento presente em que queres não és aquilo que te permite fazer e ter. Tens de ser em ti mesmo e reunir todos os recursos necessários para que sejas aquilo que precisas. Ter na verdade é apenas uma consequência de um caminho. Ser é o principio e é onde a maioria falha e se boicota.
A maioria das pessoas nem sequer se conhece a elas próprias portanto o mais provável é que quando se vai a meio do caminho já não se quer realmente aquilo que se queria inicialmente. E isso é bom porque permite um enorme desenvolvimento interior que terá como consequência a realização pessoal e a felicidade.

Agora só falta aprender a pedir. Sim porque se pode pedir. Pode-se e deve-se pedir aos outros. Quem disse que pedir era mau. Pedir é bom. Pedir ajuda pedir um abraço pedir um beijo pedir o que for preciso o que for necessário o que for coerente. Pedir é um acto de coragem. É admitir que nos falta alguma coisa e admitir que temos falhas numa sociedade que exige a perfeição pode não ser coisa fácil. O caminho mais fácil é na maioria dos casos aquele que produz poucos ou nenhuns resultados. Daí ser tão importante ser. Porque só ao sermos seremos capazes de pedir. E não é pedir só por pedir. É pedir no momento certo pedir depois de já sermos gratos e termos contribuído. E o que acontece quando pedimos? Recebemos. E quando recebes não tiras, acrescentas.
E é preciso saber receber porque não estamos habituados a isso numa sociedade individualista e egoísta onde é cada um por si. É preciso não esquecer que o universo retribui e nos dá imensa coisa a todos os momentos e instantes. É preciso estar atento à nossa volta estar atento aos sinais estar atento a tudo. É preciso sermos dispostos a receber aquilo que o universo tem para nos dar. E quando assim somos, arriscamo-nos grandemente a TER exactamente o que queremos e precisamos.

E quanto mais temos mais podemos dar. É um ciclo. Experimenta.

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.voltar

Vou voltar. Vou voltar a escrever vou voltar a sonhar. Vou voltar a sorrir vou voltar a amar. Vou voltar porque preciso de deitar fora e fazer desaparecer algumas coisas na minha alma.
Sei e não sei porque parei. Porque a minha alma o meu ser negou todo um acontecer. E se um dia ou uma noite num mero instante eu desaparecer estas palavras aqui ficaram para quem as quiser ler.
Não recuperei nada do passado porque o passado apenas existe nos pensamentos já desconstruídos. E eu desta vez quero construir sem destruir. Quero e vou ser, fazer e ter.
Aprendi. Aprendi bastante com o tempo. Não sei se parte de mim desaprendeu. Vamos ver e ler o que vai acontecer mas nada posso prometer.
Tudo o que tem começo tem meio. O fim só existe para quem não entende o recomeço. E é isso que nestas palavras vou voltar a descobrir.
Recomeçar é algo radical. Custa bem mais do que desistir ou começar. Como ter que acordar cheio de sono num amanhecer enternecedor roubando os nossos sonhos mais intensos e profundos. Nunca podemos voltar atrás e mudar o que já aconteceu mas se coragem houver podemos sempre escolher a oportunidade de: recomeçar e voltar.
A melhor maneira de ser feliz é saber que mudança significa recomeço.

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quinta-feira, 24 de junho de 2010

...preguiçosamente

...preguiçosamente o Sol se demora a deitar. Espero por ti serenamente como se por magia pudesses e quisesses a mim chegar. Alegro-me sossegadamente com lembranças do teu sorriso e tento, por momentos, sentir que não partiste numa direcção oposta à nossa perfeição.

Não tenho o poder de te poder fazer ver que tudo o que não queres também eu nunca quis.

Não quero ir. Quero estar aqui. Quero fechar os olhos, como num sonho, e sonhar que estás mesmo ali. Não quero acordar para um pesadelo em que vivi. Sinto-te aqui. Quero-te aqui...

...magia

...se pudesses ao menos com uma lágrima tua apagar o fogo da minha amargura. Se pudesses sentir se pudesses entender a angústia que causas com a ausência de ti jamais ousarias partir nesses silêncio ensurdecedor sem nada me dizer. Sem um adeus teu para que eu conseguisse sentir que meu coração já não fosse meu.
Se tivesse o poder de te fazer ver que a ilusão de já não me teres não faz parte da realidade dos nossos sonhos. Se conseguisse derreter esse gelo do teu olhar para que pudesses ver o calor da minha alma. Se conseguisses sentir na distância do teu consciente o pulsar do meu coração da nossa paixão. Se pudesses sentir certezas minhas.
As certezas são tantas quanto a dor.
Mas tenho toda a certeza que naquele beijo naquele sorriso não bastaria toda a perfeição do mundo naquele segundo para descrever toda aquela nossa magia.
Há sonhos que se tornam e são realmente realidade. Não é por se ser cego que se deixa de sonhar. Só espero que quando acordares não seja demasiada a dor do pesadelo da ilusão da tua realidade.
São raras as oportunidades de se ser realmente feliz e o passado ninguém apaga e é isso que me faz e que te fará sofrer.
Se pudesses apenas ler com palavras meu coração irias sorrir com a nossa doce paixão.
Se pudesses se conseguisses, então todas as duvidas todos os medos todos os receios simplesmente se desvaneceriam e todas as luzes todas as cores se fundariam como num na festa de um por do sol e então, nesse segundo, tudo voltaria á perfeição da nossa pura magia...

terça-feira, 8 de junho de 2010

tudo, ou nada

Nunca pensei conhecer a mais pura das perfeições. Nunca acreditei que ela existisse. Pelo menos fora da realidade dos meus sonhos. Mas ela existe. Existe, e eu vi-a perante mim. Toquei-a com a minha alma. Senti-a. Reconheci toda a sua beleza e esplendor. É difícil descrever o que não pode ser compreendido sem um coração puro. É demasiado arrebatador. É como um pôr-do-sol eterno onde uma festa de luzes e cores transformam o dia em pura fantasia.
É um poder imenso que se abate sobre a alma. Como um Sol que dita a noite e o dia.
Não quero viver numa escuridão sem estrelas. Preciso de Luz preciso de Sentir outra vez. Preciso de me sentir realmente vivo e invencível, capaz até de parar o próprio tempo.
É pura magia, é demasiado poderoso e perigoso. Mas arriscaria até a própria vida só para apenas olhar uma só vez.
Só quero sorrisos. Só quero aquela paixão toda a fluir pelo corpo.
Só espero que nada possa destruir a mais pura das perfeições. Rezo todos os dias para que volte a ser tudo perfeito como naquele momento naqueles segundos em que te olhei e vi o espelho da minha alma...
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sexta-feira, 28 de maio de 2010

Capítulo.

terça-feira, 27 de novembro de 2007

...devaneios

...devaneio na insanidade da loucura devora-me a razão a cada segundo que a minha alma estremece com a tua simples presença em vagos pensamentos. Desvio o meu olhar para o por do Sol. Tento perder-me em outros sentimentos mas até as doces cores horizonte me fazem sonhar com as cores do teu olhar. Fecho os olhos. Tento por momentos ver apenas um nada. Mas nada. Acabas sempre por aparecer mesmo quando não te quero com medo de perder o pouco da lucidez que ainda em mim julgo perdurar. Confortável desconforto de te ver sempre ali... estás sempre em mim. Perco-me no brilho das estrelas e sinto dentro de mim o teu brilho a raiar em ti. Não sei como lidar com tão inefável pureza. Não te quero tocar, não sou digno de tal divino privilegio. Não te consigo dizer não, não tenho direito sobre a tua vontade. Mergulho o meu rosto tentando lavar-me de tais sonhos. Desespero quando me despes o rosto e me tocas na alma com tal simplicidade que me dá certezas de que não pertences a este mundo. Deixei de distinguir entre a ilusão e a realidade, não sei se existes apenas em meus sonhos. Devaneio nesta loucura onde não consigo lidar com o espelho da minha alma reflectida em todas as tuas palavras. Cega-me o reflexo da verdade de toda esta realidade. Acordo e procuro conforto em sentir se tudo não foi um sonho de uma visão de um milagre. Volto a fechar o meu olhar e sinto o teu sorriso a estremecer o meu coração e sei que é impossível não ter sido tão verdade como aquele por do sol como aquele teu olhar. Não tenho perdão por não conseguir dizer-te mais do que ainda tu já sabes e que nem eu não sei sobre as trevas da minha alma. Não sou digno de tais visões de ti sobre mim. Não te consigo dizer não se não souber que estarás melhor sem mim. Almas gémeas? Alguma missão? Porquê tudo isto agora e assim? Infeliz sou por não levar à boca meu coração. Não tenho perdão. Só rezo para que o teu sorriso nunca se desvaneça como agora a minha razão...

sexta-feira, 9 de fevereiro de 2007

...caravela


...vejo no mar o meu reflexo, a sombra do meu passado. Hesito em olhar-lhe em sentir-lhe em tocar-lhe. Eu sabia que algum dia essa sombra iria voltar como o som ondas do mar. A inevitabilidade do futuro fez-me não me adiar aquele momento aquele toque na água fria e gélida onde me poderia perder em angustias obscuras e profundas da minha alma. Decidi juntar algumas letras para não me perder num presente oceano de palavras onde já não sei navegar. Tudo mudou, tudo está diferente. Já não me reconheço naquele espelho já não sou quem era nem sei quem sou. O que tanto ansiava por procurar sei agora que não existe. Só sinto o que sentia no vazio do passado sem alma nem sentido. Podia reinventar-me em sonhos mas já não sei sonhar. O pesadelo das trevas invadiu-se sobre mim e deixa-me cativo em devaneios sem fim. Desenho na areia uma caravela de sonhos para me vir buscar ali, naquele lugar, naquele mar. Fecho os olhos e deixo-me sumir no frio de uma noite escura e já sem estrelas. Já gelado sinto o calor da Lua a abraçar-me e a não me deixar mergulhar num azul profundo. Vejo a luz um de farol ao longe e agora sei que me encontrei, que não estou perdido, que sempre tive onde estava e que tudo não passava de um pesadelo. Nado iluminado entre o sal cintilante das doces ondas que me embalam até chegar ás estrelas. Abro os olhos e vejo o nascer do sol que faz desaparecer todos os sonhos de escuridão...

terça-feira, 19 de dezembro de 2006

...sal


...perdi-me no silêncio do horizonte a sonhar contigo. Estavas ali comigo, naquele dia, naquela praia, naquele sonho só nosso e de mais ninguém. Irradiavas luz como uma estrela e ofuscavas toda a escuridão daquele momento. Não conseguia ver-te com os meus olhos, és luz demais para as trevas do meu olhar mas não faz mal, bastava sentir a tua presença com a minha alma para reconhecer todos os teus movimentos, todos os teus gestos, toda a tua cor que inundava o meu coração.
Vivi como sombra nas trevas durante a amargura da ausência da tua presença perante mim. Já não me reconheço, já não sei quem sou ou para onde vou. Perco-me na angustia de não saber se as tuas lágrimas são puro sal como pó de ouro a cintilar num céu estrelado ou se puro mel mais precioso que o santo grall. Mas a luz que me concedeste é tão forte que mesmo que eu quisésse nunca a poderia apagá-la completamente. Tentei riscar-me, limpar-me, fazer-me desaparecer de tudo e de todos e para todo o sempre. Se estou aqui é por ti, a minha alma é tua. Já não acredito que há uma estrela para cada um de nós, suficientemente afastada para que as nossas faltas a não possam obscurecer porque a minha estrela és toda e só tu...